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Por: Roberto Roney Zabeo

Um investidor anjo é uma pessoa física que usa seus recursos financeiros disponíveis e muito de seus conhecimentos e experiência profissional para investir no crescimento de novos negócios promissores, geralmente nas fases iniciais de desenvolvimento.

Os investidores anjo podem investir individualmente ou como parte de um grupo associado a um projeto específico. Um investidor anjo toma suas próprias decisões sobre a realização do investimento e, através dele, normalmente assume parte da empresa de acordo com o aporte investido, tomando-se como proporção de participação do “anjo”, a relação do valor aportado com o valor estimado e concordado da empresa em um determinado período (processo de avaliação do negócio).

Como uma nova iniciativa ainda não possui sustentabilidade de resultados para garantir o sucesso futuro, o investimento-anjo é algo de grande risco e, por isso, deve corresponder a uma alta expectativa de retorno sobre o investimento realizado. Sendo assim, a expectativa de crescimento do negócio deve antever um sólido retorno num período de três a cinco anos, ao final do qual o investidor anjo espera uma valorização considerável da empresa para poder multiplicar e realizar - na proporção de sua participação - o seu investimento inicial.

Isso estabelece como consequência, que o investidor anjo deva ter grande interesse não apenas em compartilhar seu dinheiro na expectativa de um retorno adequado, mas também em investir no desafio de colocar sua própria experiência e conhecimentos no apoio da gestão e do sucesso de uma nova empresa.

Há muitos novos empreendedores no Brasil e na América Latina com excelentes ideias de negócios com explosivo crescimento potencial. O financiamento de parte do capital necessário, combinado com acesso às habilidades, aconselhamento e networking específico e dedicado podem ser a maneira mais eficaz para ajudá-los a acelerar o desenvolvimento desses negócios ao nível de grande sucesso.

Em resumo, o investimento-anjo carrega em si próprio, e por natureza, a assunção de riscos com a expectativa de grandes recompensas o que, como todas as aplicações financeiras, exige estruturação profissional e experiência. Dessa forma o interesse do investidor anjo será sustentado por três pilares fundamentais, que são: (1) a ideia e propósito do negócio – que deve ser suficientemente inovador no sentido de explorar ou criar novas oportunidades ao resolver problemas efetivos de uma base conhecida de clientes, resultando na criação ou desenvolvimento rápido de um mercado significativo e que possa produzir valor econômico sustentável; (2) as competências do empreendedor - que envolvem seus conhecimentos sobre o negócio em si, sua gestão, sua liderança, sua equipe, seu domínio de aspectos comerciais e técnicos sobre o negócio, bem como suas atitudes e motivações para empreender; e finalmente, (3) uma análise de riscos, escalabilidade e valorização futura do negócio.

A análise positiva desses quesitos e a forma clara de como maximizar o potencial de uma iniciativa sustentam a possibilidade real de se conseguir um investidor-anjo qualificado para conduzir um novo negócio a patamares sequentes de crescimento e sucesso. A partir disso, as considerações sobre como, quanto investir e por qual proporção do negócio, serão tomadas (por um ou mais “anjos”), considerando-se também a demanda de contribuição do capital intelectual (experiência e conhecimentos) do anjo como parte do investimento total a ser feito.

Esperamos que essas informações possam oferecer a todos uma visão mais precisa sobre o conceito geral sobre a essência do investimento-anjo como uma atividade extremamente importante na cadeia de valor do empreendedorismo.